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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Capítulo 4 - 8ª parte


— Lavígnia... - ouvi um sussurro distante, muito, muito longe chamar o meu nome – Lavígnia! - Senti meu corpo ser balançado e então abri meus olhos saindo daquele inferno. Encontrei os olhos verde-esmeralda de Neitan me sondando. - Você está bem?

— Ah foi horrível! - chorei me atirando nos braços dele. Neit me abraçou e afagou meus cabelos.

— Calma, calma, já acabou. - ele disse me embalando em seus braços.

— Foi horrível... horrível... horrível – choraminguei.

— Shhh... eu sei que é, mas já passou, acabou. - dizia ele tão suavemente que parecia estar acalmando uma criança. - foi só um pesadelo.

Ele acertou enquanto me balançava. Afundei meu rosto em seu ombro enquanto agarrava sua camiseta verde escura, o pesadelo tinha me aterrorizado tanto que, não foi nada fácil voltar ao meu equilíbrio emocional. Depois de vários momentos agindo feito um bebê chorão é que me dei conta do que estava fazendo: chorando nos braços de Neitan.

— Ah e desculpe por isso... - murmurei me afastando um pouco e vi que minhas lágrimas tinham molhado sua camiseta.

— Desculpar o quê? Você não fez nada. - declarou ele me avaliando.

— Só um tremendo papel de idiota – murmurei cobrindo o rosto com as mão.

— Desde quando ter um pesadelo é coisa de idiotas? Não seja tão dura consigo mesma. Sei que você é durona, mas não exagere! - pediu ele e eu ri enquanto enxugava meu rosto.

— Eu? Durona? Não mesmo...

— É a garota mais corajosa que já conheci... e a mais linda também. - ele disse e quando o olhei, foi impossível evitar outro sorriso. Mesmo que seu elogio inesperado tenha me constrangido um pouco.

— Você não devia estar no parque com os outros? - mudei de assunto pra quebrar o clima estranho.

— Devia. Mas esqueci meu celular. - justificou Neit enquanto pegava o celular na mesa de centro.

— Ah... bem, de qualquer forma, devo te agradecer por me acordar. Nunca tinha tido um pesadelo tão horrível. - balbuciei a última parte.

— Fico feliz por ter tirado você dele... - ele disse sendo o meu super-herói do dia, coloquei a mão na testa e fechei os olhos - ei, porque você não volta comigo para o parque? - convidou.

— Parque?! Hum... acho que não, não me sinto bem pra sair. - justifiquei.

— Mas por que você acha que se chama parque de diversões, Lavígnia? As pessoas vão lá para se divertirem, e quem se diverte se sente bem, coisa que eu sei que você está precisando agora. - discursou ele me arrancando um riso tímido.

— Não sei... - oscilei.

— E outra que, não vou deixar você sozinha aqui nesse estado. Então ou você vem comigo ou eu fico aqui com você. Qual vai ser? -Sugeriu ele e eu pisquei.

— Ficaria aqui comigo?

— É claro. - ele respondeu sério e eu engoli em seco, discretamente.

— Por quê? - sussurrei.

— Porque... me importo com você. - respondeu ele me deixando sem ação por vários instantes.

— Hã... - hesitei meio embaraçada enquanto me levantava – isso é... muito gentil, obrigada. - Foram as únicas palavras que encontrei para sair daquela saia justa. Neitan me colocava contra a parede com suas atitudes. Ele me deu um sorriso devastador e também levantou-se.

— Não precisa agradecer, pois não esforço algum. E então? O que me diz?

— Sobre o quê? - devolvi meio perdida e ele riu de canto.

— De voltar comigo para o parque.

— Ah... – a ficha caiu me deixando meio envergonhada. Então avaliei minhas opções; ficar ali sozinha com as lembranças dos meus pesadelos ou ir com ele e me divertir um pouco, ou pelo menos, só espairecer – me dá cinco minutos?

— Claro. - ele sorriu satisfeito e eu corri escada acima.

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